quinta-feira, 13 de junho de 2013

Solidariedades mil


“O sistema de policiamento, atacado com pedras, revida com balas de borracha e gás lacrimogêneo, independente da situação em que as crianças da região se encontram. Em depoimento, a PM informa que os policiais fizeram seu papel”.

 

Este fato pode passar isoladamente pela nossa sociedade, mas, como sujeitos conscientes, não podemos ignorar essa realidade que assombra muitas famílias em todas as partes do mundo, inclusive em todo o Brasil.

Surgiu nos últimos dias um caso especial de desapropriação de terreno. É espantoso como a mídia se apropria destas situações, em que as classes baixas sofrem, se desesperam e se descontrolam. O foque durante a reportagem esteve, em grande parte, nos moradores que se protegiam como podiam, atirando pedras, para proteger sua casa e seus pertences. Estes mesmos moradores considerados “cidadãos” eram revidados pela tropa de choque devidamente armada e ameaçadora.

Para muitas pessoas essa situação é ignorável, para outras tantas, as quais já sofreram situação semelhante, sobra a revolta e indignação. Digo isso visando que as minhas experiências biográficas compactuam as afinidades perante o assunto. Sendo assim, até que ponto somos justos em desapropriar pessoas que não tem condições de moradia, nem tampouco de outros direitos que são garantidos por lei, para despejá-las de sua residência?

Creio que muitos dos leitores devem estar cientes da onda de incêndios em favelas ocorridos no final de 2011 e inicio de 2012. Desta onda, surgiram diversas pessoas interessadas em ajudar os necessitados, outros tantos limitaram-se apenas lamentar. Quando percebemos crianças envolvidas dizemos que elas não tem culpa, que não escolheram por aquilo, mas perguntamos se o trabalhador, que por conseqüências do destino e da desigualdade social de classes, é culpado por morar em situações de risco, e em locais os quais teme ser desabrigado?

Falta humanização, ou quem sabe seja exatamente a nossa humanidade que possibilita a existência destas realidades, pois se a humanidade possibilitou a “evolução” da espécie, possibilita ainda a manutenção das disparidades e desigualdades de acesso à educação, à cultura, à moradia e à saúde.

Nestes momentos refletimos: o que é necessário ocorrer, para que as pessoas sintam-se humanas e ajudem uns aos outros sem a necessidade das tragédias?  A realidade só é chocante quando chama a atenção da mídia burocrática de comunicação em massa?

Finalizo apenas com um quadrinho de Armandinho:

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