domingo, 10 de abril de 2011

pertencimento racial

Massacre no RIo


Questões foram levantadas neste video que valem uma análise:
O que o governo pode fazer para mudar isto?
qual é o papel da escola?
Quem é o responsavel por isto? éo governo? é a sociedade?
O que será feito a partir de então?
Por que a sociedade diz que é culpa do governo?

Sem querer contrariar ou, ja contrariando, este acontecimento nos ajuda a pensar em muitas coisas na escola.
Em primeiro lugar gostaria de dizer que nem tudo o que foi dito eu concordo. Em primeiro lugar discordo quando dizem que a culpa é do governo, e não por querer defende-lo, mas acredito que a culpa está antes dele. Antes de alguem pertencer ao governo ou Estado, a pessoa era um cidadão. Então o problema não se encontra no fato de estar no governo, mas sim de enquanto cidadão, não ter como importante as necessidades sociais.
Acredito que a culpa do ocorrido se deve também a sociedade. Quando estavamos na ditadura, por mais que não tivessemos o direito da livre expressão, as pessoas saiam as ruas para questionar o governo. Com o advento da democracia, o povo passou a entregar as responsabilidades para determinadas pessoas e assim, preferem delegar o direito de pensarem por eles. As coisas na sociedade tem acontecido de modo que o povo não se conforma e tudo o que fazemos é reclamar com amigos, mas não nos damos mais ao trabalho de ir ao planalto reclamar nossos direitos e vontades. O povo espera que o governo pense pelo povo, o que está errado, quem melhor do que o oprimido para saber o que o oprimido necessita? Como dizem: "Se você não pensa, é pensado pelos outros!" e nós temos permitido que pensem por nós.
Ai surge numa entrevista como esta uma pessoa dizendo que o governo precisa fazer alguma coisa. Eu até concordo que há a necessidade de se tomar alguma atitude, mas o governo vai fazer o que? aumentar o policiamento? impedir que outras pessoas entrem nas escolas? Em geral isto seria uma resolução do problema?
Depois passam-se a fazer considerações dizendo que é necessaria uma formação maior nos professores. O ser humano sente uma necessidade de delegar a culpa a pessoas singulares, eles não percebem que todos tem culpa, não somente os professores, mas coordenadores, diretores, fachineiros, porteiros e familiares. A sala de aula não é um ambiente isolado do mundo, ela faz parte da sociedade e nela se apresentam as caracteristicas existentes na sociedade. Culpar somente os professores e suas formações é a parte facil.
Tenho considerado as informações do ocorrido. Disseram que o assassino sofria de buylling durante a epoca da escola. Neste momento devemos considerar a atuação dos professores sim. Mas o problema se encontra em os professores não fazerem nada nestas situações, ou trata-las como casos isolados. Ao isolarem a situação é que o problema se mantem. Ao invés das escolas fazerem um trabalho de conscientização coletiva, envolvendo toda a escola, elas falam somente com a criança que praticou, isto quando falam com as crianças. Muitas vezes consideram como simples "brincadeirinhas", e são exatamente estas brincadeiras que dão origem a situações como as ocorridas. Ai simplesmente falamos que o problema está na formação academica do professor.
Pessoalmente acredito que não basta ter-se uma boa formação academica de abolição dos preconceitos. Acredito que o problema se encontra na formação pessoal das pessoas e da sociedade. Quando a pessoa obtem uma sensibilidade maior, ai ela passa a perceber quando o preconceito está ativo, e ela tendo isto como uma preocupação pessoal, passa a desenvolver seu trabalho para uma coletividade desta consciencia. Paulo Freire falava sobre o pensar certo. Muitos professores falam ser contra o preconceito, porém não respeitam a diversidade, ou não conseguem reconhecer que determinadas ações são incoerentes com a filosofia que diz praticar, ai é que entra a falta de praxis filosofica.
Não basta um professor ter uma boa formação de professor se ele não tem uma consciencia critica das situações. Um exemplo ocorreu com uma aluna de pedagogia, onde na escola onde fazia estagio, uma professora colocou para tocar musica da Xuxa e duas meninas negras estavam dançando e um garoto gritou "onde ja se viu paquita preta?", neste momento as duas meninas pararam de dançar e a professora não fez nada. Não digo que ela tenha percebido que isto foi preconceito, talvés não tenha tido esta sensibilidade. Nesta situação percebe-se que o problema não está somente na formação de professora dela, mas sim nas concepções de ser humano que foram desenvolvidas durante toda a sua vida. Aquilo poderia também ter sido tratado caso ela percebesse na sala, mas isto também não resolveria. O importante seria que o trabalho fosse desenvolvido em toda a escola, afinal aquilo pode ser que não aconteça somente naquela sala. Este tipo de situação acontece em diversos lugares, não somente na sala de aula, e não basta querermos mudar isto quando a pessoa está na Universidade, estas situações devem mudar desde o maternal, pois é neste periodo que as crianças estão desenvolvendo os conceitos de ser humano, de convivencia social e de causa e efeito.
O problema encontra-se sim nos professores, mas não somente neles, o problema também encontra-se na própria sociedade. Em todo o convivio social que temos, pois somos todos sujeitos ativos da sociedade, incluindo o governo, e equanto não desenvolvermos uma consciencia disto, outras tragedias vão continuar ocorrendo.

HIstória e racismo..


Bom meus queridos,

Recentemente estive numa discussão sobre cursinhos populares e fui levado a refletir sobre a discriminação. Pessoalmente não sou muito a favor de referencias que são feitas durante estas discussões. A discussão que deveria ser sobre possibilidades e oportunidades de conseguir entrar numa boa universidade acabou por girar em torno do preconceito e do racismo. Não julgo que todos os poblemas do negro sejam por ele ser negro. Sinceramente considero que é necessario dividir as coisas e perceber que muitas vezes o problema pode ser pela classe social e não somente pela etnia da pessoa. No caso das oportunidades de entrar numa boa universidade, a pessoa pode não estar sendo desclassificada somente pelo fato de ser negro, mas também pela questão de ser pobre e não ter condições de sustentar monetariamente sua dependencia na universidade, e isto pode acontecer não somente com negros, mas com brancos também. Assim sendo, evidencia-se que muitos negros sentem a necessidade de vincular determinadas situações às suas peles, quando na verdade o preconceito sofrido pode estar ligado a sua classe social.
Tenho pensado muito estes ultimos dias, julgando-me se estou certo ou errado nos pensamentos, mas acredito que toda analise é valida.

A questão do preconceito social chega a ser complexa, pois ele nem sempre está necessariamente ligado ao racismo, muitas vezes esta ideia surge da trindade(negro, pobre, marginalizado ambientalmente). Esta analise acaba sendo praticamente histórica. Na sociedade o negro ainda carrega a questão de suas origens terem sido escravos trazidos da africa. Durante a escravidão, os negros não conseguiam arrecadar bens, inicialmente e acabaram por ser apenas uma mão de obra util para a sociedade. Com a abolição da escravatura, negros conseguiram comprar sua liberdade, mas sem ter para onde ir, acabavam muitos ficando sob o dominio de familias, que muitas vezes pagavam pouco, ou nem sequer pagavam, afinal, o mesmo negro era seu escravo e não cobrava nada por seus serviços, anteriormente. Com a libertação dos escravos, muitos dos que não tinham para onde ir acabaram por subir os morros do Rio de Janeiro, daí que o morro passou a ser um ambiente esteriotipado pela sociedade, e não por ser um ambiente de negros, mas sim por ser um ambiente de pobres. Hoje os morros ainda são mal vistos pela sociedade, e não porque possuem em sua grande maioria negros, mas sim porque carregam pobres em suas dependencias.

Muitas coisas na sociedade está ligada a esta marginalização surgida na escravidão. Um exemplo é o preconceito que se tem com estilos musicais. Ainda que não seja meu foco a história da musica, em qualquer livro que se pesquisar sobre a origem da musica classica, por exemplo, encontrar-se há que surgiu nas batidas dos povos primitivos, possivelmente semelhante as batidas dos rituais africanos. Com o homem desenvolvendo habilidades manuais e grandes descobertas, acabou-se criando instrumentos melódicos que passaram a ser utilizados nas musicas clássicas. Com a ascenssão destas, e seu valorizamento na sociedade, elas passaram a ser pertencentes a elite social, o que permanece até os dias de hoje. Seguindo sua existencia, as musicas populares da sociedade acabaram tomando um rumo marginalizado. Poucos sabem que as musicas clássicas surgiram de batidas, tão pouco sabem reconhecer que o Jazz que também é apreciado pela elite também tem origem em batidas africanas, assim como o MPB, que também acaba surgindo devido ao samba.
Quando paro para analisar isto, venho liga-lo a discussão, pois o proprio samba, ainda que apreciado por grande parte da sociedade, está diretamente vinculado ao preconceito. Muitos na sociedade desvalorizam a existencia do samba, e isto não se pode dizer que não está ligado diretamente ao preconceito "etnico-racial socio-ambiental", afinal o samba realmente surgiu dos negros, mas o problema está no esteriotipo que se faz. O samba não tem muito valor porque é do morro, no morro era de negro, por ser de negro do morro era também de pobre. Num geral até hoje musicas criadas por negros e no morro são tidas como objetos de pouco valor para a sociedade, tanto é que quando o funk começou a fazer sucesso para ricos, tiveram até reportagns da rede Globo de televisão que foram entrevistar e diziam "pessoas da classe alta do Rio começam a curtir este novo ritmo e vestem-se iguais as garotas do morro que curtem o som", em outras palavras, quando passa a ser da classe alta da sociedade passa a ser algo "cultural" e valorizavel para a sociedade, mas anteriormente era de marginal.
Seguindo esta anaise, percebe-se que na sociedade, julga-se muito mais pela classe a que se pertence do que a pigmentação da pele. Num geral um negro bem vestido é melhor aceito na sociedade do que um mal vestido( ainda que isto não aconteça somente com negros), sendo assim, para a sociedade é como se um negro bem vestido fosse menos negro do que um negro mal vestido. A partir do que ele veste, e do carro que chega, as pessoas ja vinculam à sua classe social e ao ambiente em que vive, tanto é que poucos vinculam uma pessoa da elite com o uso de drogas, o que sabe-se que também ocorre na sociedade.
Em debate também procuro analisar minhas concepções sobre o pertencimento racial, afinal, acredito ainda que negros também são racistas, ainda que seja meio contraditório que isto exista, mas muitos negros recusam-se a se relacionar com negros, a se vestir como negros e a ouvir musica de negro, sejam elas quais forem. Quando faço esta análise reflito se estou sendo coerente, mas ainda assim, não consigo desvincular, pois socialmente acabam estando enraizados estes preconceitos e esteriotipos que temos embutidos nas nossas concepções. Negros que dizem que musica de negro é do diabo, que o outro negro é um marginalzinho, muitas vezes pelo ambiente onde a pessoa mora, ou somente pela cor.
Dizendo tudo isto não estou dizendo que não existe o racismo como referente a cor da pessoa, muito pelo o contrario, sei que existe também devido a este motivo, mas considero que nem sempre o vinculo está somente a isto, tanto é que também existem negros com preconceitos a brancos. Quando alguem sofre o preconceito, muitas vezes o racismo, está sendo ligado a ideias bem ilusórias, as pessoas estão inconscientemente ligando o fato de alguem ser negro ao fato de ser pobre e possivelemente um marginal. Tanto é que muitas vezes quando pensam no negro pensam em alguem que possivelmente está passando fome( ou é um viciado) que precisa, ou pode precisar roubar para suprir suas necessidades, sendo assim, acabam vinculando seu ambiente familiar a classe pobre.

Pessoalmente são estas questões que me levam a considerar o racismo como não diretamente um fato isolado, mas parte de uma trindade que vincula o ambiente+ cor/raça+ classe social.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Auto-critica

Acredito que quando nos equivocamos em argumentos devemos partir para um auto-reconhecimento e uma auto-critica. m minha penultima postagem falei sobre o evento na PUC o qual acontece esta semana. Tirando as criticas que mantenho ainda, devo confessar que hoje não houve o que eu consideraria uma esposição, muito pelo contrario, tivemos uma banca de discussão onde abordamos o tema "Cursinhos populares". Foi muito interessante. Tive a honra de dividir uma cadeira na mesa com o Douglas, responsavel pelo cursinho UNEAfro, e a Sabrina Afonso, coordenadora pedagogica do cursinho popular da PUC.
Num geral o evento me foi meio inesperado, mas ainda lamento o fato de poucos estudades da universidade interessados em conhecer a realidade externa, mantendo-se alienados da realidade.

sábado, 2 de abril de 2011

Preconceitos mil...



O que dizer sobre nosso "querido" deputado federal do partido progressista Jair Bolsonaro?
Bom, ja começa pelo fato de desconhecermos sua existencia, mas após sua dignissima presença no programa CQC, podemos dizer que este será bastante conhecido, não por ser um ótimo político, mas sim por ser um ser extremamente preconceituoso, não somente com homosexuais, como também por ser racista.
Suas falas trazem consigo preconceitos diversos, além de demonstrar-se favoravel a agressão familiar, onde os pais agridem seus filhos por irem contra algum ideal. Como se isto não bastasse, ainda diz que sente falta da ditadura, pois ela trazia o respeito, a ordem e a familia, mas se formos analisar, na ditadura as pessoas tinham receio de se expressar, muita coisa era submetida ao "submundo", pessoas eram presas, outras mortas sem nem saberem o porque, então devemos pensar, estaria correto isto hoje? Um dia após o outro com medo de dizer o que se acredita ou pensa? Acredito com muita fé que provavlmente este blog não existiria mais, e com certeza eu não estaria escrevendo esta postagem. Vamos nos voltar aos preconceitos evidenciados durante a reportagem "O Povo Quer Saber com Jair Bolsonaro.
Seus preconceitos são diversos. O primeiro que se evidencia está numa fala muito forte onde el diz que: "Meu filho nunca seria Gay porque dei uma boa educação para ele e sou um pai presente"; isto quer dizer que as pessoas homosexuais não tem educação? Será que neste ambito, não seria ele quem não teve uma boa educação? Simplesmente ter estudado nos melhores colegios e universidades não garantem a boa educação, se assim o fosse eu estaria considerando a sala de aula o unico ambiente produtor de conhecimento, junto com a familia, e estaria descartando as influencias que podemos ter do convivio social. Como se não bastasse o preconceito homofobico, e não satisfeito com isto, quando a Preta Gil perguntou o que ele faria se seu filho se casasse com uma mulher negra?" sua resposta foi a mais insignificante do que os argumentos anteriores, simplesmente disse que "Como eu ja disse dei uma boa educação para os meus filhos e eles não praticaraiam de tais promiscuidade de um ambiente como é o seu", o que será que ele quiz dizer com isto? Ele quiz dizer que é promiscuo casar com uma negra, ou que porque ela é negra deve morar na periferia ou favela? Esta é mais uma evidencia de extremo preconceito. Será que ele sabe que ela é filha do Gilberto Gil, que foi ministro da cultura( se não me engano)? O que ele pensa que os negros são? Animais?
Enfim, o preconceito está tão evidente no nosso dia a dia e continuam a nos dizer que ele está extinto da nossa sociedade.