domingo, 13 de março de 2011

Roda de bate-papos ou Exposição de talentos?


Estive analisando certos conceitos passados de amigos e muitas outras coisas em consideração.
Neste próximo mês está para acontecer na PUC_SP um evento intitulado "A favela Invade a PUC", onde pertencentes de "comunidades" ou periferias irão mostrar um pouco de suas culturas e realidades. Não gosto muito destes eventos por motivos pessoais, mas que considero muito validos.
Eles são eventos muito louváveis. Levam para membros de uma faculdade particular uma realidade a qual não pertecem e muitos até desconhecem, desacreditando que tais coisas possam acontecer. É um evento rico em pluralidade cultural e expansão de conhecimento cultural e pessoal para a classe alta, ou media alta.
Agora vamos para meus motivos de ser contra algumas mensagens passadas no evento. Não digo que não o considere importante, mas muitas vezes acaba se transformando em uma exposição de "talentos", não digo isto somente pelos que observam, mas também pelos que vão se manifestar. Muitos se sentem na necessidade de expor-se como ex-coitados que venceram na vida, ou tem tentado. Costumo ver pessoas de periferia se justificando como vitoriosos e "puras excessões" de seus ambientes, pois buscam vencer na vida, fazer uma faculdade e arrumar um bom emprego, ao invés de virarem viciados e traficantes ou ladrões. Concordo e admito que realmente são excessões, e não tem como disconsiderar tais fatos, porém, o problema se encontra quando estas pessoas se consideram as unicas. Com certeza assim como existem estas pessoas, existem muitas outras, que muitas vezes pessam da mesma forma.

Muitas vezes estes eventos acabam parecendo uma exposição, assim como aquelas que os adestradores fazem com seus animais: "cãozinho, da cambalhota! Finge de morto", mais ao inves disso temos: " Diga suas experiencias, diga que faz faculdade..". Não gosto destes eventos pois eles levam em consideração não a pessoa que venceu seus problemas, mas a pessoa que VIVE ou VIVEU na favela/periferia. Não levam, por exemplo pessoas que tiveram problemas e conseguiram resolver, mas sim pobres, "favelados" ou periféricos, usuários ou ex-usuários de drogas, negros ou indios.

Como eu disse, não acho ruim que mostrem pessoas que moram em favelas ou periferias, mas nestes momentos uma breve concepção de pessoas se evidencia e passam a ver as pessoas por onde elas moram e não por quem são. Se eu julgar que acho que deveriam descartar a descrição de serem favelados/da periferia, estaria eu evidenciando um preconceito quanto a moradores destes locais, mas ainda acho que poucos dos que se reunem ali vêem o personagem como um vencedor, pessoalmente vejo que se inconformam em aceitar suas realidades, tanto é que uma vez discutindo com um amigo que estuda lá, ele chegou a me dizer que não se conformava com aquele pobre coitado que trabalhava um mês inteiro para comprar alguma coisa e que se meu amigo quisesse teria na hora sem esforço. Logo eu lhe disse que isto se trata de uma externalização que a mídia causa nas pessoas, e não adianta dizer que não somos julgados pelo o que vestimos, pois em muitos lugares a vestimenta é obrigadória e sem ela você não entra, afinal como dizem "a primeira impressão é a que fica!"

Acho que eles aprenderiam muito mais se fosse um evento diferente chamado "A PUC invade a Favela", onde fossem levados os estudantes da PUC para as favelas para eles verem como é a realidade dos locais, como as pessoas vivem. Seria um trabalho de campo como insentivava Dewey( ou era Freinet? sempre confundo!!), mas que com certeza aprenderiam muito mais sobre o mundo em que os cerca. Não digo que eles saberiam como é, pois ainda assim os estudantes teriam muitos privilégios e condições que poucos ali chegarão a ter, até pelo insentivo e oportunidades também, mas tudo teria um outro significado para os estudantes que visitassem.

O problema não está em o que é feito e nem as ideias do que é feito, mas o problema se encontra em como é feito. É mais ou menos como dizem "o fim justifica os meios?"

sexta-feira, 11 de março de 2011

Que maravilha..



Su esta é pra você te amo minha Deusa
S2

terça-feira, 8 de março de 2011

Discutindo as verdades..

Tenho pensado muito nas idéias de discussões ideológicas. Percebo hoje o quanto nos ligamos a ideais e como estamos presos uns aos outros de formas que nem nos damos conta. Num geral entra no que Paulo Freire dizia sobre a educação ser um ato político, acredito hoje que todos somos políticos até certos pontos. Defendemos ideologias, ainda que não sejam de outros, mas com certeza outros também as defendem, ainda que jamais tenham ouvido falar de nós, ou saibam que mais alguem às defende.
É como numa guerra: estamos sempre lutando por um lado, seja ele qual for e, por mais heterogênos que sejam os motivos, estamos juntos de alguem que luta pelo mesmo ideal que a gente. Não podemos julgar nosso lado, e nossas intenções, melhores do que as do lado oposto. Cada um se faz justo a partir de determinado ponto de vista, e, pela verdade nunca ser absoluta, podem-se questionar as infinitas verdades pre-existentes.

Um exemplo meio sem nexo, mas que da pra discutir um pouco, é na comparação com o filme "A lenda dos guardiões". Nele uma especie (Tytos) se consideram melhores e puros, consideram-se uma raça superior e procuram dominar os demais. No lado oposto estão as outas raças e especies, que desejam apenas levar suas vidas em paz. Na ideologia defendida pelos "Puros", eles devem acabar, ou vencer as outras raças por serem superiores, na "impuros" eles não possuem grandes ambições. Agora, dizemos que os "impuros são os bonzinhos" e os "puros" os vilões. Mas vamos analizar direito esta história: digamos que os Humanos são os puros, enquanto os demais animais e seres vivos são os impuros. Podemos dizer que os humanos se consideram melhor que os demais animais isso porque possuimos o "dedo opositor" e a capacidade de pensar e raciocinar por algum interesse, alem de conviver em sociedade, entre outras qualidades que fazem questão de destacar.
Agora levemos esta discussão a outro nivel. Nós humanos somos "melhores" do que os demais animais, mas muitas vezes somos tratados piores que eles. Cachorros de "madames" costumam ter mais direitos e ser bem melhor tratados do que humanos moradores de rua. Cobras, lagartos, galinhas e porcos também são. Nós "humanos" nos consideramos melhores do que os demais animais e nos sentimos no direito de escravisá-los. Muitos nós maltratamos e nos sentimos no direito de matá-los, apenas por termos nojo, repúdio, ou qualquer outra coisa do tipo.

Então pergunto: Somos muito diferentes dos vilões dos desenhos? e porquê seriamos?

É como mostra o filme "Ilha das flores", onde faz toda uma explicação de um contexto e mostra como muitas vezes nós somos deixados depois dos animais. E nós ainda acreditamos nas ideologias que dizem que todos temos os mesmos direitos independente de etnia, cultura, classes.

Bom, a verdade é que estamos sempre lutando por uma ideologia, e não podemos culpar os outros por terem opniões diferentes e devemos sempre respeitar a opnião do outro. Como profissionais da educação, entre outros, devemos sempre respeitar a idiossincrasia dos outros e cuidar para que de suas opniões partam para um grande desenvolvimento cognitivo e pessoal. Independentes de profissionais da educação ou não, também devemos cuidar para que as pessoas percebam-se membros do meio e da natureza. Não somos melhores do que nenhum animal ou qualquer ser vivo. SOu adepto da filosofia do "viva e deixe viver" e espero um dia ser capaz de plantar esta semente em muitos corações.

domingo, 6 de março de 2011

Um pouquinho de religião...


Hoje mais uma vez me vi posto a grandes dilemas religiosos.
Independente de acreditar ou não, pessoas buscam que tenhamos os mesmos costumes que elas, e que acreditemos nas mesmas coisas que elas. Ouvir "não desiste da Igreja não!" é espantoso e não é nem por pensar o contrário: "será que ela é que não deve desistir de mim?", mas é pela própria ideia de que a Igreja deveria ser algo de maior valor.
Não me julgo ateu, nem mesmo cético. Acredito em Deus, nem teria como não acreditar, fui criado num mundo religioso, onde frequentava a Igreja todos os fins de semana, estudava durante a semana em colégio de padre ou freira onde também era obrigado a rezar e tudo o mais. Acho importante a crença em um ser maior, seja Deus, Jah, Crishina, Alá, Jeová, Oxalá..., afinal, esta rença num ser maior nos ajuda a buscar outras coisas e a acreditar em mudanças. Apenas questiono-me, por ser católico, nas diversas contradições contidas no livro sagrado, coisas como: Se Deus deu-nos o livre harbitrio, por que temos que fazer as coisas baseadas no que a Igreja diz? ele não nos deixou fazermos as nossas escolhas? ou mesmo, se Deus é misericordioso, por que dizem que as coisas ruins que acontecem com a gente são castigos? ou que certas coisas não são de Deus? E não adianta dizerem que isso não são praticas religiosas, pois vejo nas Igrejas grande necessidade de acumulo de riquezas, o que Jesus disse que não tinha intenção. Eu mesmo, fui obrigado a sair de um colégio de padres porque eles tiraram minha bolsa de estudos, e mesmo eu justifiando que não tinha como pagar, alguns deles não demonstraram o menor remorso. Neste momento percebemos que certas coisas da Idade Media permanecem nos dias de hoje, onde a cultura e o melhor conhecimento são para as classes mais altas e mantidas, algumas, pela Igreja.

Estas são algumas coisas que questiono nas religiões em geral, suas tentativas de manipulação Ideológica sobre as pessoas. Dizem que as pessoas não conseguem as coisas por que não estão ligadas em Deus, porque não pagam o dizimo e etc. As próprias atitudes da sociedade está muito submissa às religiões, por exemplo algumas que determinam como devemos nos vestir dentro e fora delas, como devemos agir, etc.
Um filme que mostra muito esta ideia é "O Livro de Eli", adoro o filme e não digo mal. Na verdade acho ele extremamente importante para passar valores, afinal este deveria ser a ideia original da Biblia, a passagem de valores, e não de comportamentos ideológicos e machistas determinantes de nossos atos, ações e fonte de domínio das mentes.
Como eu disse, é muito importante a crença numa coisa, mas precisamos ter discernimento entre o que devemos realmente acreditar e de que forma acreditar. Pessoalmente eu nunca tinha pensado na Biblia como algo tão forte e importante para a vida como pude ver através do filme. Ela é um livro muito valioso e forte.. como seria bom se houvessem outros livros capazes de passar valores como a Bliblia faz, e não para manipular as pessoas, mas para que as pessoas percebessem o quanto é importante acreditar no outro e valorizar a sua existencia.
Isto se aplica a toda a pedagogia.. devemos ser como Jesus, não só por sermos filhos de Deus, mas por acreditar e enxergar o outro, independente de valores eticos, etnicos, sociais, etc, como irmãos e cuidarmos deles como gostariamos de ser cuidados.


Enfim: "Um dia me disseram que as núvens não eram de algodão.."
Engenheiros do Hawaii

sábado, 5 de março de 2011

O sorriso de Monalisa.


Mais uma vez sinto-me na necessidade de causar mais discussão sobre o tema gênero. Desta vez pretendo discutir um pouco sobre a ideia que temos sobre ele...

Muitos acreditamos que está ideia de machismo e feminismo são coisas que a sociedade impóe sobre a gente e que estas ideias são de nossos pais, nossos professores e pessoas mais velhas que nós, porem percebo que estas ideias estão contidas em cada um de nós e não digo por isso que não são fontes de grande investimento da nossa sociedade para a manutenção dos costumes.
Quantas vezes já não dissemos:"Para com isso menina isso não é coisa de mulher" ou até "Fala como homem!".
Como se estas atitudes não bastassem, ainda há coisas mais sutis, mas que demonstram claramente o que pensamos, ainda que inconscientemente, por exemplo pela atitude da mulher de pedir para o homem pedir a informação, para o homem pagar a conta ou mesmo quando ela se sente na necessidade de servir ou preparar a comida para o homem. Estas são atitudes que muitas vezes passam despercebidas, mas que mostram claramente que a distinção de sexos está contida nos nossos habitos.
Quanto a Educação, onde ela fica nesta hostória? Bom,acredito que ela tem grande participação pois como dizia Neidson Rodrigues, a escola é influenciada e influencia o meio, então não podemos culpar a sociedade sozinha por estes devaneios humanisticos.

Em partes os dias de hoje são um pouco diferentes, mas ainda se faz presente esta influencia. O filme "O sorriso de Monalisa" retrata bem este conceito. Conta a historia de uma professora que entra num colegio feminino muito renomado para dar aulas de artes. No desenrolar da história ela descobre como a escola é tradicionalista e que na verdade servia como "um treinamento de boas maneiras para mulheres". A professora meio que se indigna com aquilo, mas percebe que aquelas ideias ficaram tão fortes que mesmo a professora indicando uma direão e uma alternativa, as alunas, em sua maioria acabavam preferindo se casar e desistir de seus sonhos. Pelo contexto percebe-se tambem que o que acontecia não era só opção, era influencia do meio externo também.
Num geral só gostaria que as pessoas percebecem que muitos dos esteriótipos e preconceitos de gênero estão contidos não somente em quem fala, mas muitas vezes em quem ouve. Gostaria que todos se autoavaliassem e percebessem tais atitudes, pois só conseguiremos mudar quando percebermos que existem as diferenças e que muitas delas estão contidas na gente. Enquanto não nos tornarmos críticos e lutarmos contra esta estes atos e visões, não conseguiremos mudar o que há muito está implicito no nosso dia a dia.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Educação é coisa de mulherzinha..



Qual é o papel da Educação?

Chega a ser espantoso como ainda hoje somos submissos à conceitos preconceituosos. Hoje mais uma vez fui submetido a um puro e descarado preconceito, onde ouvi que os berçarios não pegam homens...
Enfim, discute-se tanto a falta de homens no campo da educação, de Homens pedagogos e num geral quando aparecem são discriminados por serem homens... isto porque ainda não coloquei em destaque que muitos dos estagios que aparecem na faculdade são voltados apenas para mulheres e eles colocam até em caixa alta, para destacar sua exigencia, outros colocam isto como pré-requisito..
Agora eu pergunto: Se é assim, então porque há a reclamação da falta de homens na Educação/Pedagogia? também pergunto, vocês acham que estes preconceitos surgem de homens? também não sabia que somente mulheres tem filhos.. qual a participação do homem nisso tudo? Germinar e sustentar($)?

Na verdade muitos destes preconceitos vem das mulheres... será que estas sentem que os homens estão tomando seus lugares? o espaço que adquiriram através do preconceito e do machismo?

O pior, o campo da Educação que deveria lutar e brigar contra estes conceitos se submetem, as vezes inconscientemente, estes conceitos tão tradicionalistas...

Nestes momentos vejo que escolhi o tema correto para minhas pesquisas de especialização, a discussão de generos no campo educacional, onde pretendo entender como se dá o desenvolvimento cognitivos através de instimulos divergentes a partir dos gêneros, e como isto está contido nas brincadeiras. Num geral, acreditei que sofreria discriminação por ser negro, por ter cabelo afro, por pensar além, mas jamais imaginei que seria discriminado por ser homem.



Lembro-me de um livro escrito por Terry Pratchet, da serie Discworld, chamado "Direitos iguais, Rituais iguais", onde ele leva em discussão os ensinamentos de Gêneros. No livro, discute-se o fato de uma menina ter nascido maga e conseguir usar as magias, pois isso era coisa de homem. Apenas para situar, no contexto da série alguns homens eram treinados na Universidade Invisível onde treinava magos, considerados "nobres" na sociedade, e mulheres( algumas) quando tinham habilidades, eram treinadas para ser bruxas. Magia era coisa de mago, mulheres eram feiticeiras, esta era a realidade. Pela menina possuir poderes de mago, havia uma grande discussão durante toda a trama.... enfim não contarei o final, quem tiver interesse leia, vale a pena.




Sabe o que chega a ser até irônico? a maioria das pessoas que estudamos são HOMENS, exemplo Vygotsky, Piaget,Wallon....

Sem mais nada a dizer, educação é coisa de mulherzinha.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Transformando....



No cantinho do céu se desenha um avião
Branco e singelo, visto na imensidão
Pergunto-me o q fazes ali,
quando bem poderia estar aqui..
Fantasio-me em seu interior
De olhos fechados até sinto o fervor
Mas no céu a brisa se faz
Enquanto meu avião se desfaz....

Transformou-se numa bela criança
Vejo os traços sutis de sei coração
Sinto em seis sorrisos aquela esperança
E no olhar sua singela imensidão
Mas novamente sopram os céus
E transformam seu ser....

Crianças são como as nuvens: possuem sonhos e a capacidade de fantasiar;

E nós somos como o vento: Somos o que podemos, mas tentamos transformar.

Dam Reis